Afinal como surgiu o Dia Mundial do Comissário de Bordo? Quem foi a primeira ou o primeiro Comissário de Bordo do mundo? Descubra agora tudo sobre essa profissão incrível.

 

O Dia Mundial do Comissário de Bordo surgiu em 31 de maio de 1973, quando ocorreu a criação da Associação Internacional dos Comissários de Voo (IFAA, em inglês, International Flight Attendants Association). A oficialização do Dia Mundial do Comissário de Voo aconteceu somente em 1986.

A profissão de comissário(a) de bordo durante um bom tempo ficou dividida por uma questão de gênero muito forte. Após a regulamentação da Lei nº 7183 de 5 de abril de 1894, que aborda também as particularidades de outros aeronautas, o cenário começou a mudar.

Atualmente constatou-se que as atividades de um comissário(a) de bordo independem do gênero do profissional. As verdadeiras características que devem ser observadas estão na personalidade, como por exemplo: ter muita responsabilidade, cordialidade e preparo psicológico.

Além disso, existem outras características que são requisitos básicos para exercer a profissão, algumas delas são: ter completado 18 anos e pelo menos o ensino médio completo. A altura também deve ser observada, estando entre 1,58m e 1,70m para as mulheres, e entre 1,65m e 1,75m para os homens.

Quer saber mais sobre o universo do(a) comissário(a) de bordo e como surgiu essa data comemorativa? Continue lendo esse artigo e descubra todos os detalhes dessa profissão incrível!

 

Como surgiu a profissão de Comissário de Bordo?

 

Quando começaram a surgir os aviões para serviços comerciais de transporte aéreo, na década de 1920, o pequeno espaço disponível inviabilizava o “serviço de bordo”. Dessa forma os passageiros eram atendidos pelos pilotos, que entregavam chicletes (para equilibrar a pressão interna dos ouvidos) e algodão (para proteger o ouvido do ruído produzido pelos motores e sacos de indisposição).

Na época, o nervosismo dos passageiros era um problema sério, isso acontecia pois os aviões não eram pressurizados, voavam baixo, em ar turbulento e eram muito barulhentos.

Em consequência disso, por volta de 1922, algumas empresas contratavam atendentes para acalmar passageiros nervosos, carregar bagagens e ajudar as pessoas a se acomodarem. Tais tripulantes tinham pouco ou nenhum treinamento para isso e somente atendiam a bordo das maiores aeronaves.

 

Enfermeiras à bordo

 

Acredita-se que foi em 1930 que a profissão de comissário de bordo começou a ganhar os contornos que tem hoje. Foi nesse ano que a enfermeira britânica Ellen Church, apaixonada por aviação, candidatou-se para acompanhar os passageiros e ajudar caso sentissem enjoo durante o voo.  A ideia de ter enfermeiras a bordo deu tão certo que rapidamente se espalhou entre todas as outras companhias aéreas.

As primeiras oito comissárias de voo foram: Ellen Church, Margaret Arnott, Jessie Carter, Ellis Crawford,  Harriet Fry, Alva Johnson, Inez Keller e Cornelia Peterman. Todas enfermeiras. O salário inicial das comissárias de voo era atraente, na época: 125 dólares por mês.

O primeiro voo das comissárias, com Ellen Church a bordo, ocorreu em 15 de maio de 1930, entre Oakland, Califórnia, a Chicago, Illinois, e durou 20 horas, com nada menos que 13 escalas.

Ellen Church trabalhou como comissária na Boeing por apenas 18 meses. Um desastre de automóvel a afastou do voo e da Boeing. Voltou a trabalhar como enfermeira, mas seus dias na aviação ainda não haviam terminado.

Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos como enfermeira de voo, e foi condecorada com a Air Medal pelos serviços prestados durante o conflito, na Europa e no Norte da África.

Após a Guerra, estabeleceu-se como enfermeira em Terre Haute, Indiana. Em 1964, aos 60 anos de idade, casou-se com Leonard Briggs Marshall, Presidente do Terre Haute First National Bank. Infelizmente, um ano depois, em 22 de agosto de 1965, exatamente um mês antes de completar 61 anos, faleceu ao cair de um cavalo.

 

No Brasil

 

As companhias aéreas no Brasil somente passaram a contratar comissários após a Segunda Guerra Mundial, embora se saiba que algumas empresas chegaram a fazer experiências com esses tripulantes ainda durante as décadas de 1930 e 1940.

As empresas pioneiras na contratação de comissários foram a Varig, a Real e o Lóide Aéreo. A Varig só contratava homens, mas a Real e o Lóide empregavam muitas mulheres na função. A Varig somente começou a contratar mulheres quando estava para iniciar os voos internacionais para Nova York, em 1954.

Os aviões empregados na rota, os Lockheed Super Constellation, tinham leitos para os passageiros, e não era conveniente que comissários do sexo masculino atendessem mulheres e crianças nesses leitos. Posteriormente, as mulheres passaram a predominar na profissão.

Uma dessas pioneiras comissárias da Varig, Alice Editha Klausz, era bibliotecária até que que a Varig anunciou que contrataria comissárias, em 1954, para atender a linha de Nova York. Como era uma linha internacional, a empresa exigia que a candidata dominasse pelo menos dois idiomas, coisa raríssima na época.

Depois de aprovada em rigorosas provas, Alice passou a voar na Varig, e foi ela quem escreveu todos os manuais usados pelos comissários da Varig, tarefa que lhe foi incumbida pessoalmente pelo presidente da Varig, Ruben Berta, que colocou à sua disposição um escritório completo e várias datilógrafas.

Alice se aposentou da Varig com 35 anos de serviço, em 1989, mas sua carreira como comissária de voo estava longe de terminar. Ela se candidatou à função no Proantar – Programa Antártico Brasileiro, por sugestão de um amigo.

Alice foi aprovada, e passou a atuar como comissária de voo nos Lockheed C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira, que fazem os voos para o continente gelado. Alice foi a comissária há mais tempo na função, no Brasil, e quem sabe do mundo inteiro. Também a tripulante civil mais idosa do Brasil.

“Tia” Alice, como preferia ser chamada, tratava tão carinhosamente seus passageiros nos C-130 que se tornou uma verdadeira lenda. Fez mais de 150 voos, que duravam pelo menos 20 horas cada um, ida e volta. Alice faleceu dia 20 de junho de 2016, aos 88 anos, em decorrência de um problema no coração.

 

Regulamentação da profissão

 

A profissão de Aeronauta foi devidamente regulamentada pela Lei 7.183, de 1984, sendo um marco muito importante para os profissionais que são designados como Aeronautas, pois definiu seu regime de trabalho, remunerações e concessões, e transferências.

Assim sendo, o Aeronauta apresenta-se como uma profissão apoiada em leis que definem os principais direitos e limites a serem respeitados por todos.

Após passar por votações na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e também por três comissões na Câmara dos Deputados, nova Lei nº 13.475, de 28 de agosto de 2017 revogou a Lei nº 7.183, de 5 de abril de 1984.

Essa nova lei tem como objetivo trazer mais qualidade de vida diminuindo o cansaço dos tripulantes e, consequentemente, a ocorrência de acidentes e incidentes aeronáuticos que tenham a fadiga como um fator contribuinte. Deverá ser implementado e fiscalizado pelo sindicato da categoria, associação das empresas e órgãos governamentais.

Saiba mais sobre a nova Lei do Aeronauta Nº 13.475

 

Como posso me tornar um(a) comissário(a) de bordo?

 

É recomendado que o profissional que deseja se tornar um comissário de bordo deve obter um conjunto de competências, habilidades e atitudes. Esse conjunto, além de habilitar para seguir a carreira também será avaliado por recrutadores em toda seleção de companhias aéreas.

Abaixo você encontra as características e requisitos para se tornar um Comissário de Bordo de sucesso:

 

Características físicas e pré requisitos

 

Os principais requisitos para ser Comissário de Bordo são:

1) Ter completado 18 anos, ensino médio completo.

2) Aprovação em curso homologado pela ANAC

3) Aprovação na banca de exames da ANAC

4) Possuir o Certificado de Capacidade Física (CCF) válido.

Depois de passar pelo ensino-aprendizagem e ser aprovado em uma das Escolas homologadas e ter sido aprovado em inspeção médica credenciada, você deverá submeter-se às provas que compõem o exame da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Para participar do exame da ANAC é necessário preencher o formulário com as informações para o Exame CMS – Comissário de Voo, devendo conter os dados do candidato, agendamento de data para a realização do exame e comprovante de pagamento da Taxa de Fiscalização da Aviação Civil (TFAC).

 

Características de personalidade

 

Além dos requisitos listados acima existem outras atitudes que o comissário de bordo deve ter: ser atento, responsável e ter alto nível de concentração. Esses atributos fazem a diferença no ambiente da aviação, onde cada detalhe é essencial para um bom andamento das atividades. Confira, abaixo, alguns requisitos que o candidato à carreira de comissário de bordo deve ter:

 

  •  Bom humor
  •  Entusiasmo
  •  Espírito de servir
  •  Humildade
  •  Personalidade participativa
  •  Facilidade de relacionamento
  •  Ser bilíngue

Descubra o Perfil Profissional da Aviação Civil Brasileira

 

Jornada de aprovação da ANAC para Comissário de Bordo

 

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