Após um acidente aéreo há vários processos de investigação para tentar saber as causas e prevenir novos acidentes. No Brasil, o órgão responsável por essa função é o CENIPA.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) é o órgão do Comando da Aeronáutica responsável pelas atividades de investigação de acidentes aeronáuticos da aviação civil e da Força Aérea Brasileira.
Desde 1971, ano da sua criação, esse setor é responsável por apurar e prevenir acidentes, incidentes e incidentes graves, como quedas, saídas de pistas, falhas em voo etc.
As investigações realizadas pelo CENIPA tem como base o Anexo 13 à Convenção Internacional de Aviação Civil da ICAO – International Civil Aviation Organization, órgão de referência mundial, que normatiza as leis sobre aviação civil internacional.
As principais Atividades do Cenipa
A ocorrência aeronáutica de um acidente ou incidente aeronáutico pode ser feita por qualquer cidadão diretamente aos órgãos oficiais.
Através dessa ocorrência, uma das equipes dos Seripas (Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgãos pertencentes ao CENIPA) é direcionada para ir ao local e iniciar a análise do acidente.
Uma análise técnico-científica do acidente ou incidente aeronáutico é feita pela equipe. A partir desse relatório são retirados ensinamentos para prevenir desastres aéreos.
Dessa forma, todo o aprendizado é revertido em recomendações de segurança específicas e objetivas. O destinatário da recomendação deverá realizar o cumprimento de ação ou medida que possibilite o aumento da segurança.
O nome utilizado é Recomendação de Segurança de Voo (RSV). A RSV é uma ação, ou conjunto de ações, emitido com o objetivo de eliminar ou controlar determinada situação de risco para a segurança de passageiros e tripulantes.
Caixa-preta
Para prevenir os acidentes aéreos, o CENIPA conta com uma importante ferramenta para análise de dados, a caixa-preta. Esse recurso é na verdade um gravador de voo, um dispositivo que grava informações de voo, em forma de dados e em áudio.
Dessa forma, são feitos registros em mídia apropriada e protegida. A caixa-preta foi projetada para ser usada como ferramenta de apoio à investigação de ocorrências aeronáuticas.
A parte mais importante da caixa-preta, crash survivable memory unit (CSMU), é fabricada com requisitos de resistência para proteger os dispositivos de gravação. Os modelos mais modernos e leves são feitos de liga de titânio e, como isolante térmico, é utilizada a sílica.
Como surgiu a Caixa-preta?
A caixa-preta surgiu em 1953, desenvolvida pelo cientista David Warren, do Laboratório de Pesquisa Aeronáutica da Austrália, a caixa-preta representou o avanço na elucidação de acidentes, uma vez que até então a investigação se restringia à análise dos escombros que restaram do aparelho.
Warren se deu conta de que os pilotos certamente debatiam os problemas enfrentados antes de um desastre e esse diálogo poderia ser crucial na reconstrução dos fatos. O cientista idealizou o sistema que gravasse a comunicação na cabine dos pilotos. A ideia do dispositivo surgiu após o estudo da primeira queda de avião comercial de passageiros no mundo, o Comet, em 1953.
Foi no final dos anos 60 que o gravador de voo viria a ser essencial em rotas comerciais. Deste então, a indústria de helicópteros, navios e trens também passou a desenvolver equipamento semelhante.
A maioria dos modelos tem o tamanho médio de uma caixa de sapato e pesa cerca de 5 quilos. Além disso, a caixa-preta é, na verdade, produzida na cor laranja para ser mais fácil de ser encontrada.
Tipos de Caixa-Preta
Existem vários tipos de caixa-preta no mercado, e não é toda a aeronave que é obrigada a ter esse dispositivo. No entanto, todos os aviões de linhas aéreas comerciais possuem um desses gravadores.
Confira abaixo alguns tipos de Caixa-preta
Flight Data Recorder (FDR)
Gravador de Dados de Voo – equipamento com a função de gravar dados dos diversos sistemas das aeronaves. Sendo projetado para resistir às diversas condições do acidente aeronáutico.
Cockpit Voice Recorder (CVR)
Gravador de Voz de Cabine – é o dispositivo usado para gravar os sons das comunicações feitas no cockpit da aeronave de acordo com os respectivos canais de comunicação: canal do piloto com o controle de tráfego, canal do piloto com o copiloto, canal do piloto com a cabine de passageiros/comissários e canal geral do ambiente da cabine de pilotagem.
Cockpit Voice and Data Recorder (CVDR)
É uma espécie de junção do CVR com o FDR em um único dispositivo de gravação. Normalmente, é capaz de armazenar duas horas de áudio, em alta qualidade, em quatro canais simultâneos e permite o armazenamento de no mínimo 25 horas para os dados de voo.
Área Educacional e Laboratório de Destroços
O CENIPA disponibiliza, ao longo de cada ano, o calendário de seminários e cursos de segurança de voo, destinado à formação, à atualização e ao aperfeiçoamento de pessoal.
Essa política de recursos humanos permite ao sistema a manutenção e o desenvolvimento de seu trabalho técnico-especializado.
Os elementos ligados ao sistema mantém constante intercâmbio com escolas, universidades, organizações civis e militares, nacionais e estrangeiras, especializadas em Programas de Segurança de Voo.
É assim que, hoje, o Comando da Aeronáutica, ao qual o CENIPA é subordinado, desenvolve sua Política e Filosofia de Segurança de Voo para todos os segmentos da comunidade aeronáutica brasileira.
LABDATA
Durante os cursos ministrados no Centro, os profissionais também recebem conhecimentos no Laboratório de Destroços. Esse local é onde acidentes e incidentes são reconstruídos de forma fidedigna à ocorrência real, para promover o aprendizado técnico especializado.
O Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (LABDATA), composto por militares tecnicamente habilitados, é responsável por realizar estudo e análise da caixa-preta. Em novembro de 2015, o Laboratório recebeu a certificação ISSO 9001 relativa à qualidade e eficiência em seus processos.
O LABDATA é o único laboratório na América Latina com capacidade para fazer a análise de caixas-pretas. Lá os dados são extraídos e remontados posteriormente em uma animação computadorizada do voo para auxiliar os investigadores a entender o que aconteceu e causou o acidente
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