Por Ellaine de Araújo Campos Toledo
O racionamento de água, alimento e diversas dificuldades envolvem uma sobrevivência. Não importa se na selva, mar, deserto ou gelo, e a principal delas é a água, essencial para a vida humana. Tão importante que seu dia é comemorado no dia 22 de março – Dia Mundial da Água.
Estudos comprovam que resistir vários dias sem alimento é difícil, mas vários dias sem água é impossível! E a resistência também estará condicionada diretamente à capacidade orgânica, condições físicas e psicológicas da pessoa envolvida, que em uma situação de sobrevivência, estará em grande desvantagem em relação a uma situação normal.
Embora alguns fatores como idade, clima, problemas de saúde, esforço físico e outros interfiram na necessidade diária de água, e a quantidade estimada ainda seja alvo de divergências entre as comunidades médicas e científicas, a Organização Mundial da Saúde orienta o consumo para adultos saudáveis de, ao menos, dois litros por dia, no entanto, a quantidade mínima recomendável pela ANAC em uma sobrevivência na selva é de pelo menos, meio litro por dia.
Em uma sobrevivência na selva, a água é facilmente encontrada nos rios, igarapés, lagos e até em alguns vegetais. Com exceção das águas colhidas diretamente das chuvas ou cipós d’água, as demais precisam ser purificadas para consumo.
No deserto, a necessidade de ingerir água é duas a três vezes maior do que numa sobrevivência na selva. No deserto a ANAC recomenda o consumo mínimo de um litro a um litro e meio, e no gelo, no mínimo meio litro por dia.
Em uma sobrevivência no mar, algumas circunstâncias como frio, calor, enjoo, sede, fome, fadiga, tempestades e outros fatores contribuem para o desânimo e podem ser assustadores, mas, acredite, em qualquer sobrevivência os maiores perigos são a ansiedade e o medo, logo, saber o que fazer e como fazer será um grande diferencial.
Vale lembrar que nas primeiras 24 horas de permanência em um bote, ocorre um desequilíbrio orgânico no corpo humano, logo, deve-se manter o jejum total, inclusive de água, com exceção, crianças e feridos. Vale ressaltar que, após um longo período de sede, ao tomar água, o ideal é fazê-lo lentamente, para evitar vômitos.
Vale ressaltar, cada empresa aérea deve fornecer à ANAC, em função do tipo de avião e das rotas a serem voadas, a quantidade de conjuntos de sobrevivência na selva e no mar a serem transportados em cada tipo de avião e uma listagem do material contido em cada conjunto, atendendo aos requisitos legais dispostos na IS nº 121-009 e RBAC nº 121.
E o mais importante e fundamental: em qualquer sobrevivência, nada se compara ao forte desejo de sobreviver e viver, sem ele nenhum equipamento por mais sofisticado que seja ou conhecimento técnico terá valia.
Ufa! Bendita água!
Com mais de 25 anos na área da Aviação Civil – Comportamento, Postura Profissional e Mentoria para Aeronautas. Graduada em Gestão de Recursos Humanos e Pessoas pelo IESB, com especialização e qualificação realizados no Brasil e Bogotá-Colômbia em Taller Imagen Etiqueta y Protocolo, Taller Calidad de Vida e CRM – Corporate Resource Management.
Por mais de dez anos integrou o corpo docente do Instituto Técnico de Aviação Civil – ITAC, ministrando palestras e aulas, também fez parte do quadro de instrutores de aeroportos da Avianca Linhas Aéreas, ministrando aulas em todas as bases do Brasil; Agente da Cultura Líder do Centro Oeste na Azul Linhas Aéreas, e ainda, instrutora nas turmas do Curso de Qualificação Profissional em Assistente de Recursos Humanos e Assistente Administrativo do Programa Mais SENAI do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI.
Cronista, com várias crônicas divulgadas no Noticero Digital Más Grande de América – Noti-América e Revista 15.47 e ellainetoledo.com.br
Imagem: Pixabay