A Avianca Holdings, segunda maior companhia aérea das Américas enfrenta a maior crise de sua história centenária. A companhia, mais antiga das Américas, pediu no dia 10 de maio recuperação judicial pois encontra-se com 5,3 bilhões de dólares em dívidas e obrigações contratuais.
Buscando auxílio financeiro para renegociar os pagamentos, a segunda maior companhia aérea das Américas possui 21.000 funcionários na América Latina, sendo 14.000 na Colômbia, e tem sua operação em mais 27 países Latinos.
Em dezembro de 2018, a Avianca Brasil pediu recuperação judicial, no entanto, as duas possuem contextos diferentes. Sendo a crise da colombiana um reflexo de dificuldades globais no setor da aviação, enquanto a brasileira teve sua quebra em um momento de recuperação das companhias aéreas no país.
No ano 2019 a companhia aérea colombiana já enfrentava dificuldades financeiras, quando divulgou um prejuízo de 67,9 milhões de dólares apenas no primeiro trimestre. Isso já havia levado acionistas minoritários a pedir o afastamento no dia a dia da empresa do acionista majoritário Germán Efromovich, em troca de um empréstimo de 250 milhões para que a empresa pudesse respirar.
As dificuldades do setor são globais
No momento em que as empresas aéreas estavam realizando expansões, com a demanda e o número de passageiros aumentando e o custo do barril de petróleo caindo, a pandemia do novo coronavírus (covid-19) aconteceu.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, as companhias aéreas tiveram mais de 90% dos seus voos cancelados e agora passam por grandes dificuldades por causa de suas estruturas financeiras. As aéreas trabalham com margens apertadas, sem uma grande reserva de caixa e não detêm suas aeronaves, mas as arrendam de empresas de leasing.
Essas aeronaves arrendadas geram custos fixos, que precisam ser pagos mesmo com as aeronaves em solo, podendo chegar a milhares de dólares por avião. A variação do dólar também afeta bastante as empresas aéreas não localizadas no Estados Unidos ou na Europa.
Com a crise causada pela pandemia, a Avianca Holdings é apenas o exemplo mais recente de um balanço insustentável para as companhias aéreas. Uma das primeiras vítimas da crise foi a britânica Flybe, que encerrou suas atividades no início de março.
A Norwegian Air Shuttle declarou falência de quatro filiais na Suécia e na Dinamarca, e as americanas American Airlines e a Southwest Airlines mostram prejuízos trimestrais após muitos anos de ganhos.
O Tesouro dos Estados Unidos já disponibilizou cerca de 12,4 bilhões de dólares em auxílio do governo a companhias aéreas, mas estimam que este auxílio pode chegar a 25 bilhões de dólares.
No Brasil está sendo desenhado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social um plano de auxílio de 4 a 7 bilhões de reais para ajudar o setor aéreo nacional.
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