No dia 22 de maio, comemora-se o dia Aviação de Patrulha da Força Nacional Brasileira. Há 76 anos, a aeronave “B-25 Mitchel” partia do aeródromo do Recife para defender os navios mercantes brasileiros.
Foi durante a Segunda Guerra Mundial em meio há um turbilhão de incertezas. No dia 22 de maio de 1942, uma aeronave B-25B nº 402245, da FAB, pilotada pelos capitães aviadores, Affonso Celso Parreiras Horta e Oswaldo Pamplona Pinto, atacou um submarino italiano, o Barbarigo,da Regia Marina, da Itália.
Na época, a tripulação era formada por brasileiros e americanos – que se revezavam nas funções de navegador e piloto da aeronave, em vários trechos da missão. O ato em questão ficou conhecido como “Batismo de Fogo da FAB”.
Desde então a FAB possui diversos esquadrões e aeronaves que ajudam no patrulhamento de nossas fronteiras e território. Sendo responsáveis pela defesa e resgates em todo o território nacional e sobre o mar.
Acompanhe abaixo um pouco mais sobre essa história que marcou os rumos da defesa da soberania nacional.
Na história
Durante a Segunda Guerra Mundial, devido aos ataques de submarinos alemães e italianos contra navios mercantes brasileiros, a FAB começou a empreender missões de patrulha empregando todos os meios aéreos disponíveis na época.
Em função dos acontecimentos, a Força Aérea Brasileira – FAB, assumiu a responsabilidade com o patrulhamento de nossas costas litorâneas, promovendo esforços extraordinários para superar as suas dificuldades.
A primeira Unidade Aérea de Patrulha que se tem registro no Brasil foi a Primeira Flotilha de Bombardeio e Patrulha, criada na Aviação Naval em 1931. Já em 1941, com ajuda norte-americana, foi criada, na base aérea de Fortaleza, uma unidade volante especial, denominada agrupamento de aviões de adaptação.
O Sétimo Grupo de Aviação tem suas origens nos Grupos de Patrulha (GP), implantados em fevereiro de 1942, quase um ano após a criação do Ministério da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira.
Às 13 horas e 57 minutos do dia 22 de maio de 1942, os Capitães Aviadores Parreiras Horta e Oswaldo Pamplona, em meio à formação operacional nos bombardeiros B-25B Mitchell recém recebidos dos EUA, lançaram um ataque ao submarino Barbarigo, da Regia Marina da Itália. A mesma embarcação que, quatro dias antes, havia torpedeado o navio Comandante Lyra, próximo ao Atol das Rocas.
O Barbarigo, surpreendido pela rápida ação de Horta e Pamplona, reagiu intensamente com fogo antiaéreo, submergiu ligeiro e bateu em retirada. A tripulação, então, retornou para a Base Aérea de Fortaleza.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, a FAB possuía uma Aviação de Patrulha de mesmo nível operacional e com aviões idênticos aos empregados pela Aviação Naval da Marinha Americana.
Seguindo a nova organização da Força Aérea Brasileira, no dia 24 de março de 1947 foi criado o Sétimo Grupo de Aviação (7º GAv), sediado em Salvador, na Bahia. O 7º Gav operou inicialmente aeronaves Lockheed PV-1 Ventura e PV-2 Harpoon, recebendo em seguida os North American B-25J Mitchell.
O mundo continuou seu caminho, novas alianças militares e culturais estavam sendo forjadas, quando, novamente, se fez necessário impor a vontade do povo brasileiro, no tocante à soberania nacional de suas águas jurisdicionais.
A Aviação de Patrulha, com seus P-15 e P-16 se fez presente e vigilante no litoral nordestino, durante a Guerra da Lagosta, em 1963, ao monitorar a movimentação de navios de guerra franceses. A presença da Força Aérea e da Marinha do Brasil conseguiu não somente repelir as intenções francesas, mas, também, garantiu nossa posição de destaque no continente.
No dia 30 de dezembro de 1958 chegaram treze aviões Lockheed P-15 Netuno para formar um Grupo Anti-Submarino, iniciando suas operações em 1959 e voando até o dia 03 de setembro de 1976.
Dia da Aviação de Patrulha: vigiar, proteger e atacar
Em 1984, por intermédio de uma portaria datada de 11 de janeiro, o dia 22 de maio passou a ser designado e comemorado como o “Dia da Aviação de Patrulha”.
Nascia, assim, em meio ao caos da guerra e incertezas do destino, uma Aviação marcada pelo empenho, pela superação, pela fibra e pela têmpera de homens. Nascia uma aviação sinônimo de persistência e compromisso, de idealismo e de sacrifício. Nascia uma Aviação de combate e em combate.
Atualmente a Força Aérea Brasileira tem quatro esquadrões de Patrulha, que compõem o 7º GAv, todos subordinados à Segunda Força Aérea (II Fae). O objetivo é realizar missões de esclarecimento e acompanhamento do tráfego marítimo no litoral brasileiro.
Conhecer, aprender, operar e difundir novas tecnologias foi o lema desta Aviação nos anos 70 e 80, trazendo para a FAB a Guerra Eletrônica e a Aplicação Operacional, ferramentas que multiplicaram nossas capacidades e que permitiram um salto qualitativo para a arma aérea.
Nesse panorama, não há como deixar de destacar a amplitude e a capacidade da aeronave P-3AM, plataforma que, desde a atividade na FAB, tem apresentado excelentes resultados operacionais, bem como a versatilidade necessária para cumprir diversas ações de Força Aérea.
Ressalta-se, ainda, a preparação dessa aeronave para o emprego do Torpedo MK-46 e do Míssil Harpoon visando garantir a soberania de nosso país no Atlântico Sul, por meio desses modernos instrumentos de dissuasão.
Cabe ainda lembrar-nos dos bravos P-95 que, modernizados com uma aviônica de primeira linha e com os incorporados radares Seaspray, certamente atenderão às necessidades do controle do tráfego marítimo brasileiro e aos interesses da Força Aérea e da Marinha do Brasil.
Dentro dessa perspectiva, o cumprimento das missões pelos Esquadrões ORUNGAN, PHOENIX e NETUNO certamente trará o resultado esperado na defesa da nossa soberania, na dissuasão das intenções hostis e na projeção do nome da Força Aérea Brasileira.
Se torna oportuno rememorar os versos de João Nascimento que descrevem muito bem o espírito do patrulheiro: “Empunhando o tridente mortal, na defesa da Força Naval, em vigília constante, protege o mercante e nosso litoral – Salve a Patrulha, Salve a Patrulha!”
AeroSimulados
Se você deseja fazer parte da história da aviação no Brasil. Conheça nosso parceiro AeroSimulados, a melhor plataforma de simulados de auxílio para a prova teórica da ANAC, e conquiste sua aprovação e a carreira dos sonhos.
Fonte: http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/25841/
Foto: reprodução site Poder Aéreo
Leia também
11/11 Dia do Material Bélico, um marco na história da Aeronáutica