As companhias aéreas sempre buscaram adicionar estilo e personalidade em suas vestimentas. E desde a década de 1930, a história por trás dos uniformes usados por pilotos e comissários sofre a influência da moda e costumes da época.

 

Com a popularização dos vôos domésticos e criação das companhias aéreas, surge também a preocupação por parte das empresas em prestar um serviço de excelência. Desde a década de 1930 as companhias aéreas adotam as tendências da moda para criar os uniformes de comissários de bordo e pilotos.

O início da aviação mundial remonta a história das grandes guerras mundiais. Nessa época avião começou a ser enxergado não somente para defesa da nação, como também para meio de transporte de alta eficiência e segurança.

Dessa forma, foi durante a Segunda Guerra Mundial entre os anos de 1939 até 1945 que os aviões começaram a transportar passageiros comercialmente. Em consequência do cenário, os uniformes sofrem grande influência do militarismo.

Era comum que os pilotos se vestissem com botas de cano longo, jaquetas, gorros de couro e calças folgadas. Também era usado um óculos de proteção para pilotar os aviões da época. Inclusive é possível encontrar imagens da época com essas vestes bem características.

 

Os primeiros uniformes: militarismo

 

(foto: reprodução)

Ainda na década de 1930, surgiu uma das pioneiras no serviço de alto padrão e elegância dos funcionários, a Pan American World Airways. Conhecida como Pan Am, essa companhia aérea é reconhecida até hoje por muitas inovações dentro do cenário do transporte aéreo.

Uma das inovações certamente foi a preocupação com o uniforme, esses contavam com inspiração de oficiais marítimos. Os comandantes passaram a se vestir como capitães, fazendo uso de paletós com adornos. Já os copilotos se vestiam como primeiros-oficiais.

As “aeromoças” seguiam com uma vestimenta muito semelhante ao modelo militar. As roupas seguiam tons sóbrios em verde ou azul, com saias abaixo do joelho, camisas e paletós fechados e uma boina.

 

Anos 60 – Uniformes mais femininos

 

(foto: reprodução)

Na década de 60 algo mais significativo começa a surgir em termos de moda para os uniformes femininos. Em contraponto, os masculinos continuam seguindo a linha militar.

Com o grande crescimento do mercado, as revistas da época começam a estampar comissárias de bordo com uniformes mais estruturados e modelados. A exigência de maquiagem mais pesada além do aumento da cartela de cores usada até então.

Além disso, para se candidatar para uma vaga de comissária de bordo era preciso pesar entre 50 e 60 quilos, ter entre 21 e 27 anos, ser solteira e ser uma “moça de boa moral”.

É interessante mencionar que essa época foi considerada como “era de ouro” para a aviação. Viajar de avião era para poucos e uma experiência de luxo do começo ao fim. Os passageiros se vestiam a rigor, havia lagostas no cardápio e bastante espaço entre as poltronas para esticar as pernas.

Já nos anos 70 as companhias se entregaram ao clima da década e apostaram numa gama ainda maior de cores, texturas e materiais. Nessa época as companhias aéreas apostam inclusive em uniformes com saias mais curtas e ousadas.

É também nessa década e em meio a mudança comportamental da sociedade que a profissão esbarra com a luta pelo direito das mulheres. Surgem sindicatos para combater a discriminação no local de trabalho.

Além disso, foi na década de 70 que as primeiras mulheres não-caucasianas foram contratadas para trabalhar no setor. A companhia aérea responsável pela contratação foi a British Midland Airways.

Na década de 80 e 90 os uniformes passaram a ser influenciados fortemente pela moda na época. Uma tendência que é bem forte nessa época é a saia de cintura alta. Aqui, a Pan Am mesmo em crise ainda manteve seus uniformes assinados pelos maiores nomes da moda.

Alguns grandes nomes de estilistas que fazem parte da história dos uniformes de comissárias de bordo, como Christian Lacroix, Gianfranco Ferré, Nina Ricci, Carven, Louis Féraud, Jean Patou, Hardy Amies, Pierre Balmain, Emilio Pucci e Pierre Cardin.

 

2000 – Modernidade e sofisticação

 

No início do século 21, o mundo cria a expectativa de mudanças. Surgem novas tendências e hábitos de consumo advindos da internet e empresas de tecnologia.

Nesse momento no Brasil, a Gol Linhas Aéreas surge dentro do conceito low-cost/low-fare, inspirado pela norte-americana Southwest Airlines.

Com conceito mais minimalista os estilistas Glória Coelho e Ricardo Almeida começam a trabalhar as peças da companhia. Aqui a proposta é totalmente diferente e descontraída das demais companhias aéreas nacionais, os uniformes refletiam a filosofia da empresa de ser jovem e moderna.

Enquanto isso, Varig e Tam apostavam no tradicionalismo sem deixar de criar peças elaboradas e elegantes.

Atualmente as companhias apostam no conceito de nacionalidade para criar uma identidade do uniforme. Essas peças acabam contando a história de cada empresa e agregando valor ao serviço de alto padrão.

(foto: reprodução)

Um dos uniformes de companhias mais charmosos da atualidade é o da Emirates Airlines. Levando um tom bege e vermelho, as vestimentas trazem uma sensação de luxo e sofisticação. Inspirados nos costumes do Oriente Médio, os modelos são assinados pelo estilista Simon Jersey.

As comissárias ganham um destaque especial por conta do chapéu vermelho com um lenço de seda branco e os homens se apresentam em um terno de cor preta bem alinhado.

Assim como a Emirates, é comum que as companhias aéreas incorporem elementos culturais em seus uniformes. Essas características acabam fortalecendo as origens da empresa e criando identificação por parte dos passageiros.

 

Carreira na Aviação

 

Gostou da linha do tempo dos uniformes na Aviação Comercial? Imagina que daqui algum tempo pode ser você usando um dos uniformes de uma grande companhia aérea!

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